terça-feira, 29 de junho de 2010

Grande? Não!

Bem... Sei que não são horas para escrever mas... achei que amanhã não contaria isto da mesma maneira. E também sei que vai parecer uma novela, mas é verdade.
Então vou começar do princípio (por onde começaria?)... Há cerca de dois meses atrás eu tirei uma nota muito baixa a Matemática, pois tinha estado uma semana em casa doente e perdi a matéria que saíu no teste. Não querendo que um deslize me baixasse a média à disciplina eu estudei mesmo muito e tirei excelentes notas nos dois testes seguintes... mas a mancha continuava lá. Então eu, não tendo nada a perder, decidi falar com a professora e pedir que me deixasse repetir o teste visto que tinha atestado médico para a semana em que faltei. Ela disse que eu não era mais que os outros e rejeitou a minha proposta mas eu insisti, dado que estava muito preocupado com aquela nota, que em nada se assemelhava com as restantes e daí eu afirmar que tinha sido um deslize, contudo, ela rejeitou, rejeitou, rejeitou... Até que eu me lembrei de uma coisa. Que ela tinha deixado dois colegas (e grandes amigos) meus repetirem um teste anterior precisamente por faltarem não no dia do teste mas na semana anterior. Então falei com esses dois amigos e perguntei-lhes se achavam bem eu usar esse argumento. Eles concordaram, até porque era uma questão de justiça, disseram. Então voltei a falar com a professora mas ela (para variar) disse "não" de novo.
No último dia de aulas estávamos na sala a conversar sobre as notas e a fazer a auto-avaliação e a professora, aí, disse-me que iria eliminar o pior teste de cada aluno, não porque eu insisti mas porque achou justo. Contudo... achou por bem envergonhar-me à frente da turma. "João, o que fizeste não se faz a ninguém. Meter os teus dois colegas na berlinda para salvar a nota não se faz. És o tipo de pessoa que é uma coisa na frente e outra nas costas. E digo isto porque achei que toda a turma devia saber da atitude que tomaste." disse ela. Eu fiquei (como devem imaginar) sem defesa. Sabia que não tinha feito aquilo mas fiquei vermelho e desesperadamente disse: "Eu não sou assim! Pode perguntar aos meus colegas, eu perguntei-lhes se achavam bem o que eu estava a fazer." Mas aí veio a facada de um deles: "Não me metas nisso!" Fiquei ainda mais vermelho, mais indefeso e até veio uma lágrima ao cantinho do olho. A aula acabou entretanto... Fiquei com a nota boa mas mal-visto perante a turma (pensava eu) e completamente de rastos. Vim para casa. Não aguentei e desabafei com a minha mãe e mais tarde com alguém que me apoiou muito e que percebeu que eu não era o "mau-da-fita". Tentei esquecer a cena e comecei as minhas férias.
Ontem, a minha mãe encontrou o meu "amigo" e a mãe dele e (não sei bem porquê pois não estava com ela) comentou como eu tinha ficado de rastos nesse dia, mas sei partilhar com a mãe dele a atitude que este tomara. Ele disse que na sala, tinha-me defendido à frente da turma, qual herói. A minha mãe calou-se na altura mas falou comigo e contou-me da conversa. Fiquei ainda mais triste e mais chateado e fui-me deitar. Ao chegar à cama encontro o meu devocional, que faço todas as manhãs mas que me tinha esquecido. Começo a ler e encontro isto "Porque, que glória é essa, se, pecando, sois esbofeteados e sofreis, mas se, fazendo o bem, sois afligidos e o sofreis, isso é agradável a Deus." em I Pedro 2:20. E isto (escrito por Max Lucado e traduzido por mim): Será que há alguma emoção que aprisiona mais a alma do que o desejo de não perdoar? O que fazes quando as pessoas te tratam mal a ti ou aos que amas? Será que o fogo da ira arde dentro de ti, com chamas que consomem as tuas emoções? Ou será que chegas a um lugar, a uma fonte de água fresca e enches um balde de misericórdia para te libertares a ti mesmo? Não te enchas te ressentimentos e raiva. Sê aquele que diz, "Sim, ele tratou-me mal, mas eu vou ser como Cristo. Eu vou ser aquele que diz 'Perdoa-lhes, Pai, pois não sabem o que fazem'". Fiquei pasmado perante isto. Quem sou eu para não perdoar qualquer falha, por maior que seja, que alguém tenha para comigo? Mas que evidência tão clara do poder de Deus.

Deus... o mais inteligente? Não! Omnisciente.
O mais poderoso? Não! Omnipotente.
Grande? Não! "Enormíssissississississississimo".

5 comentários:

zarah disse...

é assim que Deus nos molda o carácter. as situações podem ser complexas de entender, mas o que interessa mesmo é a forma como as encaramos. pode doer, mas se soubermos demonstrar o amor de Deus mesmo quando dói, estamos a deixar que Ele desenvolva em nós o fruto do Espírito. and that's always a good thing :)

a Sua Palavra vem sempre na hora certa ;)

Anónimo disse...

O Deus que sonda os corações sabe de suas intenções, e isso é o mais importante. Um bom testemunho João!

Renata Marques

João Cid disse...

Pois é...
Lembras-te do que te disse ainda ontem?
Esquece!!! Tens toda a razão e Deus ao teu lado...
E ainda me lembrei das palavras daquela voz que clamava quando o Senhor Jesus estava sendo baptizado por João...
;-)

Anónimo disse...

Amiguinho, estás a crescer... não só em estatura mas em conhecimento do Amor do nosso Deus. Gostei muito de ler isto.
Bjs

Raquel Henry

Rute Carla disse...

Joãozinho, é também com ocasiões como a que passaste que passamos a valorizar ainda mais a fidelidade do nosso Deus, pois mesmo que todos ao nosso redor falhem e nos desiludam, Ele permanecerá fiel, sempre.
Amor... é amar o outro mesmo e principalmente quando este não merece ser amado. Afinal... foi desse modo que Ele nos amou! Fácil? Não... mas com o amor do Pai é possível.
Abração:)